quinta-feira, janeiro 30, 2014

looking for

É intuitivo, sabe, essa busca por tentar sobreviver. Por mais  que martelem, chutem, cuspam, você vai tentar seguir em frente, mesmo que seja mancando. Instinto.

There's no such a place like a happy place, a tomorrowland...

Mas a gente insiste. E é bom continuar insistindo, digo, qual seria o objetivo de tudo isto, se você não tenta ao menos viver e encontrar algum ponto de paz, que te traga algum equilíbrio e alegria?
Hoje a ferida está queimando. E queimando forte.

Tem algumas semanas já, essa marca interna. Dez anos procurando, dez anos sem resposta.
Aí você pensa que pode ter sido tudo uma maluquice, mas você viu os sinais, eles estavam ali. Tão naturais quanto o limo na pedra, ou a onda quebrando na praia, e o cheiro de maresia que vem com ela.
Ok, você deve me achar estranha, não é?

Digo, essa coisa de estar com alguém e ainda assim achar que talvez não seja a coisa certa a fazer, e, mesmo assim, não consegue largar o osso e, puta merda, tudo o que se tem é uma vaga memória de dez anos atrás e uma esperança de que você voltaria a sentir aquele calor por dentro. 

Sabe? Aquele calor que te acalma, que fala que está tudo bem, porque a pessoa do teu lado te completa, e ela está um pouco longe de ser igual à você, mas ela te olha nos olhos e te vê de verdade. Sabe como é? Estar finalmente em paz e não ter que fingir mais nada, pra ninguém, porque, mesmo se você usar um milhão de máscaras, essa pessoa vai te enxergar através de todas elas, e ainda vai dizer a coisa certa, te dando força.

Mas quem se foi nunca voltou...

Não quero ser dependente de ninguém, "being submissive is a bitch". E eu não sei ser assim. Não mais. Prometi a mim que nunca mais seria. Por não saber baixar os olhos eu ouvi demais, apanhei demais. E depois de baixá-los, também.


Então se for para levar um tapa no rosto, que seja com graça, e que seja por merecer.

Mas que seja eu. E que me aceite assim.

terça-feira, agosto 20, 2013

o corpo

Amar e respeitar o próprio corpo. 

Isto é uma coisa que demoramos anos, às vezes uma vida inteira pra aprender, para entender, e para se libertar. 


Claro que há todo um cuidado com a saúde, e gordos ou magros, acho que ninguém quer ficar visitando hospital ou vivendo de remédios. 

Mas acho que, na cultura em que estamos inseridos, de seguir certos padrões impostos, deixamos de refletir sobre nós mesmas.
Talvez a frase "meu corpo, minhas regras" nunca tivesse sido tão necessária. E em mais de um sentido.

Seja porque a vítima se acha ou é taxada de culpada pelo estupro.

"eu bebi.."

"também, olha o tipo de roupa que estava usando.."

"não se deu ao respeito.."

Seja porque não se encaixa num padrão de beleza.

"gorda.."

"cabelo ruim..."

"pele escura.."


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Seja como for, tentar aceitar a si mesma dentro de uma sociedade, por mais que você nasça "nos padrões", é complicado. É difícil manter um status quo pelo que você aparenta, não pelo que você é, pelo que você conquistou.

Se é por experiências, cansei de ouvir gente falando para que eu não comesse algo, porque engordaria e ficaria feia, perderia minhas roupas, meu namorado. Como se colocar que as pessoas que estão ao meu redor só estão perto de mim pela minha aparência já não fosse uma forma de terrorismo.

E, creio que, para o desespero destas pessoas que convivem comigo, meus padrões de beleza são.. mulheres gordinhas!



Acho a Adele linda de morrer,  Renée Zellweger fica melhor como Bridget Jones e a Fabiana Karla é puro luxo! #prontofalei



Para mim elas são lindas, sorridentes, saudáveis, livres!



Não ligo tanto se minhas pernas são grossas demais, ou os meus braços são gordinhos pro que "preferem" por aí. 
Não ligo tanto, quero dizer, porque aprender a gostar do seu corpo é um processo. Se aceitar e se amar completamente, tudo o que você é, por dentro e por fora, quando passou tantos anos se odiando, é gradual. Não dar ouvido ao que os outros falam, saber filtrar o que de fato importa é gradual.


Mas é isto. Faz tempo que não escrevia de verdade aqui e, acho que é bom voltar com classe.

Aquele abraço!

terça-feira, agosto 13, 2013

PUDIM.

eu  gosto de pudim


EU GOSTO MUITO DE PUDIM!!!!!!

segunda-feira, junho 17, 2013

O lado bom da vida

Acabei de ler um livro chamado "O lado bom da vida", onde o personagem sai de uma clínica de reabilitação, onde ele estava internado fazia um tempo, e, bom, o livro é basicamente um diário dos seus dias, de evitar a engolir os remédios, das esperanças em reatar com a esposa, o relacionamento conturbado com o pai fechado, e o apoio que ele, enquanto filho, era para a mãe solitária, da raiva e desesperos gerados ao ouvir 'songbird' do Kenny G (entendo essa dor), dos amigos.. enfim. Muitas coisas, as quais, aliás, estou com uma puta preguiça de descrever. Principalmente porque terminei de ler o livro e já esqueci o nome dos personagens. Exceto que o principal se chama Pat, e o pai dele, no cinema, foi interpretado pelo Robert De Niro. Só comprei o livro porque tinha assistido o filme e, bom, não espere piedade de mim aqui, este é o meu blog de desabafos, não um guia de cinema, paciência.
Voltando ao assunto, o livro é bom, o filme também, e um não tem nada a ver com o outro, exceto o Pat.
Mas voltando mais ainda, ao que eu queria dizer de fato (e por que raios fui descrever todos os problemas dele agora no início? quer dizer, já não é problemático o suficiente eu não conseguir me concentrar num texto? fico desviando o foco das coisas e explicando detalhes de um blog que ninguém vai ler e... tá, ainda estou explicando, né? oquei).

Voltando...

O que me prendeu ao livro era a crença de Pat num final feliz. E isso me irritou. Porque todos acreditamos na porra de um final feliz. Algo nos fez crer que a realidade era algo real e palpável, que pode ser formatada, e podemos ter finais felizes, acreditar que as coisas vão dar certo.
Não, não vou iniciar mais um discurso melodramático de como seus sonhos e esperanças podem ser jogados por terra.
Era só engraçado e frustrante, sofrer com ele a cada vitória não conquistada, e sua necessidade de aperfeiçoamento. Se criticar o tempo todo. Esperando alguém que, definitivamente não iria aparecer, e nem queria mais se lembrar da existência dele.
O cara era um sujeito legal, no duro.
E entendo muito bem as frustrações dele ao ler livros que não tinham a merda de um final feliz. A gente sabe que a vida não é fácil, ok, mas as coisas com finais felizes tem que existir, para que elas continuem a ter mágica, não? Acreditar que tem uma roda mágica que move o mundo e tenta planejar as coisas, que tudo magicamente dê certo.
É frustrante e ridículo, mas eu entendo ele. Desde queimações no tórax à dificuldades de querer ver um mundo além do porão, onde a realidade é mais contida e segura. Tentar apanhar a porcaria da argola dourada, não importa se cair do carrossel, o importante é ter um objetivo. Era isso o que ele pegou lendo "O Apanhador no Campo de Centeio", não, sei lá, pra onde os peixes vão quando o lago congela (até hoje isto me intriga). Digo, o cara tinha esperanças, ele leu uma caralhada de livros, pra ter o que discutir com a esposa (professora de literatura), e ficava cada vez mais frustrado, ao ver que ela só recomendava livros deprimentes para os alunos lerem, e, talvez esta fosse a visão de mundo dela: por mais que você se esforce, vai dar merda.
Ao menos, tendo lido Moby Dick na quinta série, ao menos eu sabia que minhas chances de morrerem junto com uma cachalote albina eram relativamente reduzidas, mas me encontrar com Holden Caulfield aos meus 15 anos fez com que as expectativas em relação às coisas mudassem. Não que eu vá sair por aí caçando baleias, mas talvez a forte sensação de ter um potencial incrível de algo inútil para os outros seja o que me define. Para o bem ou para o mal.


Ao menos Pat teve um final feliz.

quarta-feira, junho 12, 2013

família

Segunda-feira (10/06)

- mãe, eu não estou bem, preciso de ajuda...

- você pegou dp, não é? e as suas notas? o que o professor te falou?

- mãe, eu não estou bem, preciso de ajuda...

- bombou de mais alguma? o que o professor disse?

- mãe, estou te pedindo ajuda..

- Por mais estranho que pareça, não me sensibilizo com seu pedido de ajuda agora....parece até oportunista, porque te ofereci ajuda muito antes e você não me deu nem resposta. Você pode responder às perguntas q te fiz acima?

- É, mãe, sou oportunista... a oportunista aqui está se cortando quando fica brava, e está tendo que usar camisa de manga comprida porque está com o braço cortado. Mas valeu, me senti bem melhor agora, por me abrir com você"

*cinco minutos em silêncio*

- E o q o professor falou do seu projeto E da sua maquete?
Ok. Vou perguntar para seu pai q dia mandou o dinheiro da mensalidade."

- tá, sério que eu te falei que estou me cortando e vc está me perguntando de projeto? Não quero mais falar com você

- Vai precisar....não sou assim tão dispensável! Pense bem...
Estou entendendo que não entregou o trabalho...
Se sua prova termina na quinta, qual trabalho ainda tem para fazer?

-....

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Quarta-feira (12/06)

- Filha, sua mãe me ligou, e me falou que você saiu do estágio porque bombou por falta. É verdade?

- Não, pai, ela está mentindo. Saí do estágio porque ela falou que, se eu não saísse, ela cancelaria o aluguel de casa.

- Não acredito em você.

- É a verdade.

- Não importa. Você já é bem grandinha pra ficar obedecendo ela. Sua mãe me falou que você pegou dp de novo. Acho que você não tem a capacidade de cursar essa faculdade. Está mais do que na hora de você admitir isso. Ou você assume que é adulta, ou que é criança. Qual o seu problema? Não venha se fazer de vítima pro meu lado.

- ....

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É... sou uma pessoa horrível, cheia de desculpinhas. Não tenho problemas. At all.




sábado, junho 08, 2013

Sobre pegar dp

Sinceramente, não sei mais se o problema sou eu, o professor, a didática....

E, comparada aos outros, me sinto uma grande incompetente.

"Adoro", tirar dez em História da Arquitetura no Brasil, oito em Prediais e pegar, pela quarta vez, DP em Projeto IV.

Não sei mais se é incapacidade minha, ou resultado de uma formação deficiente... Talvez devessem pegar todos os alunos que são dps de proj IV e deixar numa turma só.

Talvez eu devesse desistir da faculdade, mas aí o dinheiro que o meu pai investiu, basicamente, seria algo perdido, e eu não desprezo os esforços que os meus pais fazem pra que eu tenha uma boa formação e viva bem. E olhe quem nem saio, vou pra balada ou algo assim.

Talvez devesse mudar de universidade. Não sei ao certo se isto também resolveria o problema, mas buscar um lugar com uma didática diferente talvez ajudasse.

Talvez porque, tá, ok, posso não ser a melhor aluna do mundo, a mais dedicada, mas também sei que não sou tão desleixada assim, então, talvez, e só talvez, eu possa reclamar da didática de um professor que expõe os trabalhos de alguém que ele intitulou como "o pior trabalho da turma", contendo nome e foto do aluno. Talvez também eu possa questionar a didática de, em eras de BIN, REVIT, RHINOCEROS e derivados, o professor queira um trabalho profissional, de 40 páginas feito à mão.


Mas talvez, e só talvez... eu esteja reclamando prum vazio, e ninguém vai ouvir.

sexta-feira, junho 07, 2013

Suicidal Mode ON

Aí você realmente percebe que tem algo contigo, quando se pega na automutilação.

O que é isso, minha gente?!

Aí, agora, estou aqui, com o pulso cortado (as desvantagens de fazer arquitetura: muitos objetos cortantes num estalar de dedos), sem conseguir progredir no trabalho, e pensando em como esconder até cicatrizar.

Queria ligar pra alguém, pedir ajuda.

Mas quem é que vai te ouvir, tolinha? Ninguém suporta alguém tão depressiva assim. Até seu namorado, está em outra cidade, saindo com os amigos, enquanto você está aí, mal. Tsc.

Nobody cares.

Sabe... se minha vida fosse um jogo, agora seria o momento em que passaria o controle pra pessoa do lado e falaria: "passa de nível pra mim, por favor?"

Não, não é suicídio. Ainda. Acho. Só tem um monte de cortes aqui, que deveriam me incomodar, mas não incomodam.

Verdade verdadeira, acho que a única criatura que se importa com o meu desfecho é a minha cachorrinha.

Pequena sombra, fica me seguindo pela casa, tentando me animar. Falando que o mundo é bem mais que isso.

Que o mundo é mais que isso eu sei, pequena, mas.... acho que não sei. Pode ser?

domingo, junho 02, 2013

vontades suicidas

Vontade de rasgar meu tórax e deixar que todos os dragões que lutam aqui dentro saiam de uma vez.

Deixar-me. Dependurar-me como num açougue, ficar à mercê de quem passa, e pouco me importar com o que dizem, porque teria arrancado minhas orelhas.

Escuridão.

Nada mais é o que parece ser.

É tudo um só.

E nada.

Não sou nada.

Nunca fui.

domingo, maio 05, 2013

sonetos que não são


"Vontade de não dar sentido algum às coisas, as palavras e à própria vida. Assim como é a vida na realidade ausente de sentido."
Hilda Hilst



É doloroso e complicado, querer melhorar a si mesmo, se desdobrar em algo que você não sabe mais bem o quê, só procurando um jeito de fazer a dor parar.

Toda esta insegurança, todo este medo.

Das noites mal-dormidas traduzidas em pesadelos, sou o que sobrou da minha guerra interna.

Olho ao redor de mim em mim, só destroços.

Tenho que ser forte e tentar seguir adiante.

Mas olho meu deserto de carcaças, das máscaras que resolvi deixar para trás. Onde estarei eu?

Não me encontro mais.

sábado, abril 20, 2013

Sonhos

Ontem sonhei que ele me encontrava.

Ele, quem procuro e espero há tanto tempo.

Senti saudades.