segunda-feira, julho 31, 2006

Ter ou não ter namorado

Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil. Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.

Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.

Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.

Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.

Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.

Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.

Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d’água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.

Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir; quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.

Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele. Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.

Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.

Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.

Autor: Carlos Drummond de Andrade


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porque amoamoamoamoamoamo... e quero gritar isso a todos os ventos, em todos os cantos, em todos os ouvidos.


:)

sábado, julho 22, 2006

cansaço

Cansei disso.
De não saber me expressar, de não ser entendida ou de ser ignorada.
Cansei de falar pro grande vazio que me ouve.
Quem dera tirar um dia de folga de mim.
Entretanto, eu sou meu carrasco, eu me persigo, eu me ponho em perigo.

Entretanto..

Bah.. deixa pra lá.

O vazio não sabe quem ou o que é o vazio, até mesmo se é ao mesmo vazio ao qual me refiro.

Heh.. os vácuos.

quarta-feira, julho 19, 2006

Quem, eu?

Renata diz:
a maru tem cara de fuinha (sim, eu procurei saber o que era uma fuinha)

AMANHÃ! WORLD JUMP DAY! diz:
Fuinha!

AMANHÃ! WORLD JUMP DAY! diz:
Você tem cara de fuinha!

AMANHÃ! WORLD JUMP DAY! diz:
O que é uma fuinha?

AMANHÃ! WORLD JUMP DAY! diz:
Você mesmo!

AMANHÃ! WORLD JUMP DAY! diz:
Aí... Sua

AMANHÃ! WORLD JUMP DAY! diz:
f u i n h a

AMANHÃ! WORLD JUMP DAY! diz:
Cara eu descobri que adoro escrever assim!

AMANHÃ! WORLD JUMP DAY! diz:
a s s i m

AMANHÃ! WORLD JUMP DAY! diz:
Não é demais?

AMANHÃ! WORLD JUMP DAY! diz:
D e m a i s ?

Renata diz:
f e n f a f i o n a l

papo de gordos..

Renata diz:
vc não pode ver minha dancinha

Renata diz:
uahehue

Zanchetta diz:
vai ver amanhã.. eu vou comprar comida e NÃO vou dividir

Renata diz:
tá bem,

Renata diz:
pego o chocolate que tinha separado pra você, como tudo e NÃO vou dividir tb

Zanchetta diz:
mas mas mas

Zanchetta diz:
tá bom, eu divido!

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Renata diz:
e eu não to escrevendo ultimamente no blog

Renata diz:
pq to mundando de cidade

Juarez, de volta. diz:
Ah é?

Juarez, de volta. diz:
ah é

Juarez, de volta. diz:
tá no email

Juarez, de volta. diz:
vai pra onde?

Renata diz:
são josé dos campos

Renata diz:
é amanhã o dia do pulo, heem!!!

Juarez, de volta. diz:
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHH

Juarez, de volta. diz:
AMANHÃ DIA DO PULO!

AMANHÃ! WORLD JUMP DAY! diz:
ahahahahhahahaha


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o_O.. eu hem..

domingo, julho 16, 2006

usos e abusos do trabalho infantil






E olhe que eu estava de bom humor...

sexta-feira, julho 07, 2006

ÓDIOraivaIrritaçãoNERVOSISMOira



Mas uma hora isso passa, isso passa...















Passa porque tem que passar.


Porque quando eu for embora não volto mais.


Voltar pra quê?

Bando de escrotos.

quarta-feira, julho 05, 2006

eu quero virar cozinheira

Pois sim, mestre cuca.
É divertido picar os ingredientes, ver o arroz pulando na panela, um aguçamento total dos sentidos, todos em prol da alquimia realizada dentro da panela.

Ah sim.. em são josé passarei meus tempos de folga cozinhando, quer coisa melhor?

Tô até inspirada pra arranjar um caderninho de receitas.. pode ser um caderninho qualquer, encapo ele com tecido e coloco rendinhas e..

aiaiai.. tão prendada, tão mulherzinha... :~


Mas já fica anotada esta aqui, que tirei de , enquanto não me arranjo com caderno..



Pão caseiro macio e fofinho (recheado)


1 tablete de fermento biológico (15g)
1 xícara de leite morno
1/4 xícara de açúcar
500g de farinha de trigo
2 ovos
2 colheres de sopa de margarina
1 colher de chá de sal

Amassar o fermento com o açúcar até virar uma pastinha. Acrescentar o leite morno e uma xícara da farinha de trigo. Deixar descansar (dentro do forno é legal) por aproximadamente 30 minutos, até ficar com uma consistência bem esponjosa. Em dias frios, é preciso um pouco mais que meia hora.

Depois desse tempo, acrescentar o restante dos ingredientes e misturar bem. Polvilhar uma mesa ou bancada com farinha de trigo, dividir a massa em 2 partes. Abrir uma das partes com um rolo até virar um retângulo de mais ou menos 30x40. Colocar o recheio e enrolar como rocambole. Fazer o mesmo com a outra parte da massa. Deixar descansar por mais meia hora e assar em forno médio até ficar dourado em cima. Se quiser, o pão pode ser pincelado com uma gema antes de assar. Fica mais brilhante em cima.

O recheio pode ser salgado ou doce, já que a massa é neutra, levemente adocicada.



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Vai dizer, vendo assim até parece que é fácil, nã?

:)



Sorte Sorte.

entre maridas


bailarina de vidro diz:

não se vá para são josé , o anglo fica cinza sem você..

Rê do Flá diz:
ô amoure

bailarina de vidro diz:
o que será dos meus lanchinhos esporádicos, das minhas visitas ao tantantan*, das minhas entradas sorrateiras ao cursinho, das nossas fontes conversísticas?

Rê do Flá diz:
aheahuehuaehu

bailarina de vidro diz:
o que será, meu amor , dos nossos laços eternos?

Rê do Flá diz:
dá abraço, vai

Rê do Flá diz:
*hug*

bailarina de vidro diz:
êêêêêêêê!!!.. jura que nao me largas por inteiro, leva pra ti um dedinho do pé meu?

Rê do Flá diz:
não pode ser um pedaço do cabelo?

bailarina de vidro diz:
ah sim .. é menos doloroso



*obs:

Rê do Flá diz:
arranja um sinônimo pra gente chamar o tantantan de alguma coisa

Rê do Flá diz:
de modo que nas nossas conversas só a gente entenda que é ele

bailarina de vidro diz:
ta ... umbigo

bailarina de vidro diz:
hahah

bailarina de vidro diz:
pode ser tantantan?

domingo, julho 02, 2006

Passagem do tempo

realista porém sensivelmente poético.

veja aqui.

sábado, julho 01, 2006

se o Jack disse..

— Are you alone, Mr. Gittes?

— Isn’t everybody?




Jack Nicholson responde a ???, em Chinatown (1974)

\o/

"Depois de dois anos de produção, saiu o CD “Ode descontínua e remota para flauta e oboé — De Ariana para Dionísio” com poemas de Hilda Hilst musicados por Zeca Baleiro (Saravá Discos). São dez poemas extraídos do livro “Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão” - escrito pela Hilda quando estava apaixonada platonicamente pelo Júlio de Mesquita Neto (vide as iniciais) - e interpretados por Rita Ribeiro, Verônica Sabino, Maria Bethânia, Jussara Silveira, Ângela Ro Ro, Ná Ozzetti, Zélia Duncan, Olívia Byington, Mônica Salmaso e Ângela Maria. "