quarta-feira, março 01, 2006

De que adianta insistir para que lhe seja mostrado o que não se deve ser?

Pode se esperar qualquer coisa de uma rua escura com mato na calçada. porque patos não goelam para ver quem fala mais alto, quem diria que as galinhas poderiam ser presidentes, feito isso, o resto é fácil.

E quem se importa com o que passa numa ruela esquecida por si mesma, se o tempo também já tratou de esquecê-la. O que se passa numa noite fria de outono, enquanto as folhas caem e ela prepara um chá vermelho para beber, um aroma doce subindo pelo ar.. ninguém sabe, não, não sabe. nem nunca saberá.

O que foi feito para ser descoberto assim o é. como também o que é modificado: tudo ao seu devido tempo, ele disse.
Mas ninguém ouvia mais ninguém, então todos se calaram e acharam que era melhor ir embora. E a festa se esvaziou.

Ficando ali sentado na poltrona com o cálice de vinho tinto (presente da tia), esperando a morte vir buscá-lo (contactou-a por e-mail), era só uma questão de tempo para que tudo silenciasse.

Será que valhia a pena? O que lhe valhe tanto esforço? Compensa?

Coisas estranhas acontecem. o tempo paassa, voê fica, o tempo passa, você vai. quem ganha no final? quem perde? será que alguma hora tem fim? talvez algum dia saibamos todas as respostas para todas as perguntas. para que em algum momento elas deixem de existir. sonho tolo, já lhe disse.. mas quem ouviria um velho que não sabe nem escrever?
Acho que agora só me resta ir embora, não olho pra cima, não olho pra baixo. não olho para nada. talvez esteja olhando para mim, mas não garanto. quem sabe, afinal?

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