sábado, agosto 09, 2008

zero

Estou escrevendo um texto. Ótimo, maravilha. Joinha. É um saco isso de o texto magistralmente orquestrado na cabeça sair de forma completamente diferente de quando vamos escrevê-lo.

É que me dóem as coisas, não essas daí, as-de-dentro-e-não-viscerais, por assim dizer.

Saco isso também. Estar sempre desabafando de dores que ninguém tá afim de saber até mesmo por não ter remédio. Sabe como é?

É que tô entregando os pontos por hora.

No mundo carnal, ao vivo e à cores, eu nem sou de reclamar dessas coisas que me dóem por dentro, finco firme e forte no meu lugarzinho e não arredo o pé da minha certeza de que uma hora tudo se passa e nada mais vai doer. Mas é mesmo assim?

Estranho isso de terminar namoro desse jeito, que foi em fevereiro. De uma hora pra outra eu tinha não só a certeza de que já era-baubau-cabou-se o namorado como também tinha ido pro espaço o melhor amigo que eu tive (mas que já tava decaindo no cargo de nível'um dos melhores amigos', uma vez que). É foda, cara, é foda terminar o namoro gostando de uma pessoa e, seis meses depois, ainda acordar todo santo maldito dia e a primeira coisa que vem na cabeça é o rosto da pessoa. Dói. Dói fodidamente.

É idiota, idiota eu, idiota você, que é cavalo comigo. Mas mais idiota sou eu, que ainda me sinto aqui, na estaca zero da evolução de ser solteira.

Tinha tanta coisa que eu queria te falar..

Tinha? Não, não tinha. Talvez no nível dos grunhidos do Fabiano, mas eu teria que entortar minha voz de um jeito que o som saísse do jeito que estou me sentindo, mas... os bichos sabem grunhir, eu não. Minha vida não é tão seca assim, pra que um cachorro seja o único ser humano do meu universo, não, não.

Cara, por que você me agride desse jeito?

Sei lá, tá, cê deve estar nem aí pra mim, e eu também não estou escrevendo isso como forma de arrego ah-volta-pra-mim, talvez até quisesse, pode ser, mas... eu não quero penar na sua mão como pedra no sapato que tem que se aturar porque grudou ali na coisa, não sou assim.

Mas, pelamor, é tão difícil assim me tratar como se trata gente? Não faço a menor idéia de que tipo de seres tu lida no seu dia-a-dia, mas eu me reconheço como pessoa, a ponto de, principalmente, saber que eu me machuco, e dói, dói quando a ferida ainda tá aberta e tem gente que cutuca. Desse jeito ela não sara nunca...

Sei lá, não quero saber de quantas farras você foi ou deixou de ir, ou de quanto você nem lembra mais da minha cara, caramba. Mas, não rola de você simplesmente desaparecer ou estacionar no tempo de modo que eu, ser humano egoísta, eu.. eu possa me reconstruir?! Dói, cara, é foda.


Se queria que eu entendesse o seu lado de se sentir ofendido por que eu não quis transar com você, tenta entender o meu de mulher que (merda) amava (é, filho-da-puta, isso mesmo) um cara que (disse isso literalmente) nunca a amou de verdade, só aprendeu a gostar por conveniência e que quis terminar com ela para transar com outras garotas. E que, esporadicamente, ainda dá patadas quando me encontra.



Eu não preciso disso, cara, na boa, não preciso.

Nenhum comentário: