Aos deuses antigos de Durkheim: Suicídio Altruísta, Suicídio Anômico, Suicídio Egoísta e Suicídio Fatalista

"A indiferença é para aqueles que não têm do que se orgulhar"

"A indiferença é para os fracos"




O "se tornar indiferente" não é algo que queira para mim.

O desprezo por qualquer forma de indiferença, pela atitude de indiferença, por definição, já me torna diferente do que não quero ser.

Esta atitude, de saber-ignorando é como algo que quer se disfarçar, uma vergonha que quer ser escondida por debaixo do tapete.

Acredito que nossas escolhas nos refletem mais do que deveríamos ser, mesmo que inconscientemente falando, podemos fugir do nosso interior com nossas atitudes, e assim o modificamos. A indiferença é a covardia de não querer se encarar consigo em relação ao seu exterior, é o seu lado sujo tentando te esconder para debaixo do tapete.

A melhor forma de encarar a dor é degustá-la. Não partinto do pressuposto dum ad infinitum até um ad nauseum, mas apenas o suficiente para que possa se aprender com ela, para que se consiga ter um mínimo de conhecimento sobre, afinal, faz parte de você e, aquilo que se conhece, em determinados pontos, até certo nível, pode ser controlado. Você tem que se conhecer melhor. Encarar essa dor, olhar de volta pra ela, como o abismo, é encarar seu medo. Do que você tem medo?

Superar a dor de uma forma digna, não do forçamento de um esquecimento, nos faz evoluir, nos torna mais fortes. A dor pode doer menos, mas nunca deixará de existir, nem que seja como uma mísera cicatriz, que, como disse Hannibal Lecter "nos prova que o passado foi real", ela estará ali, pra te lembrar e, em determinados momentos, te aconselhar.

A dor não é algo ruim. Pode não ser a sensação das mais agradáveis, mas está presente em tudo o que te cerca, tudo. É como uma dessas religiões antigas dos antigos deuses, que, podem não parecer, mas nos influenciam até hoje, e sempre serão assim, porque é um histórico humano do qual não se pode fugir, a partir do momento em que se convive, é como algo marcado em seu sangue, que você transmitirá de geração em geração, o legado de sua decadência.